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OS TRÊS TIPOS PUROS DE DOMINAÇÃO LEGÍTIMA
A dominação, ou seja, a probabilidade de encontrar obedidência a um determinado mandato, pode fundar-se em diversos motivos de submissão. Nas relações entre dominantes e dominados, a dominação costuma apoiar-se internamente em bases jurídicas, nas quais se funda a "legitimidade". As "bases da legitimidade" da dominação são somente três:
- Dominação legal: seu tipo mais puro é a dominação burocrática. Sua idéia básica é: qualquer direito pode ser criado e modificado mediante um estatuto sancionado corretamente quanto à forma.
Correpondem naturalmente ao tipo de dominação "legal" não apenas a estrutura moderna do estado e do município, mas também a relação do domínio numa empresa capitalista privada, numa associação com fins utilitários ou numa união de qualquer outra natureza que disponha de um quadro administrativo numeroso e hierarquicamente articulado.
A burocracia constitui o tipo tecnicamente mais puro da dominação legal, mas não é o único.
- Dominação tradicional: em virtude da crença na santidade das ordenações e dos poderes senhoriais de há muito existentes. Seu tipo mais puro é a dominação patriarcal. A Associação dominante é o caráter comunitário. O tipo daquele que ordena é o "senhor" e os que obedecem são "súditos", enquanto que o quadro administrativo é formado por "servidores".
A dominação patriarcal não é senão o tipo mais puro de dominação tradicional e a associação doméstica constitui uma célula reprodutora das relações tradicionais de domínio.
A administração por meio de elementos patrimoniais dependentes (escravos e servos) constitui o tipo mais extremo do domínio patriarcal. A administração por meio de plebeus livres situa-se relativamente próxima do sistema burocrático racional. A administração por meio de letrados pode revestir, segundo o caráter deles formas muito diferentes, aproximando-se do tipo estamental.
- Dominação carismática: em virtude de devoção afetiva à pessoa do senhor e a seus dotes sobrenaturais (carisma). Essa dominação dos profetas e dos príncipes guerreiros estende-se sobre os homens, em todas as épocas, através dos séculos.
A autoridade carismática baseia-se na "crença", no profeta ou no "reconhecimento", em sua forma totalmente pura tem caráter eminentemente autoritário e dominador.
A dominação carismática é uma relação social especificamente extracotidiana e puramente pessoal.
A validade efetiva da dominação carismática baseia-se no reconhecimento da pessoa concreta como carismaticamente qualificada e acreditada por parte dos súditos.
Somos ora dominantes e dominados, por isso convivemos com os três tipos puros de dominação.
1 Comments:
At 7:05 PM, Stela said…
Cris, vivemos nossos papéis na sociedade. E temos que confirmar nossa dominação em alguns desses e, noutros papéis somos nós os dominadores. Para se viver em sociedade tem que haver uma organização, e para mantê-la se faz necessário vivermos a hierarquia conforme ela se apresenta. Claro que temos de mostrar a nossa criticidade e não dizer "amém" a tudo sem questionamentos.
Stela
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